A mamoplastia de aumento, mais conhecida como cirurgia da prótese de mama, foi popularizada por inúmeras modelos e atrizes, tornando-se a cirurgia da moda atualmente. Desde 2009 ultrapassou a lipoaspiração como cirurgia plástica estética mais realizada no Brasil.
Porém, apesar do grande aumento na procura deste tipo de cirurgia, alguns mitos persistem. O cirurgião plástico Rogério de Fassio, especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e Membro da Sociedade Brasileira de Laser, com consultóriosna Tijuca e na Barra, Rio de Janeiro, desmistifica alguns deles.
O silicone da prótese pode causar câncer?
O maior dos mitos é o temor do silicone da prótese poder levar à formação do câncer de mama. Isto não é verdade. Apesar de levantada há vários anos atrás, esta questão já foi esclarecida através de um grande estudo realizado nos Estados Unidos e outro no Canadá. Este último avaliou 11.676 pacientes que usaram prótese mamária.
Ambos estudos mostraram não haver relação entre o câncer de mama e o uso das próteses de silicone. Ele salienta que o silicone medicinal usado na prótese de mama, é diferente do silicone industrial, sendo mais puro, com gel coeso e muitas especificações próprias.
Em caso de gravidez haverá problema quanto à amamentação?
Como a prótese é colocada abaixo da glândula mamária ou abaixo do músculo, não existe interferência nenhuma na glândula nem na amamentação, podendo essa ser realizada normalmente.
E depois da gravidez, o que acontece com a mama?
A mama com prótese se comporta igual a uma sem prótese, ou seja, ela aumenta durante a gravidez e amamentação e regride após esta. Logo, como qualquer mama estirada pelo aumento de volume, pode haver uma leve ptose e flacidez (queda da mama) após a amamentação, gerado pelo excesso de pele. A solução pode ser aumentar o tamanho da prótese para distender o excesso de pele, ou retirar tal excesso. É importante notar que esta solução é a mesma para quem não tem prótese mamária.
Onde fica a cicatriz?
Há três tipos de incisões para a colocação da prótese. A submamária que fica escondida no sulco mamário (dobra abaixo da mama). A periareolar que fica ao redor da aréola (no ápice da mama). E a axilar que fica escondida na axila. Cada técnica tem suas vantagens e desvantagens. A escolha deve ser feita em uma conversa franca entre o médico e a paciente, levando-se em conta o tipo de mama desta, pois existem limitações impostas pela mama.
Por exemplo, a incisão periareolar não pode ser feita em pacientes que tenham aréola muito pequena, pois não seria possível introduzir a prótese por tal incisão. A incisão no umbigo é usada apenas para prótese salina, que apresenta muitas desvantagens em relação à prótese de silicone, por isso quase nunca é usada.
Qual a melhor idade para colocação da prótese de mama?
Não existe idade especifica pra colocar a prótese de mama, podendo ser antes ou depois dos filhos. Porém, sendo uma cirurgia que aperfeiçoa em muito o contorno corporal, aumenta a autoestima e sabendo que hoje em dia a maioria das mulheres tem filhos mais próximos dos 30 anos do que dos 20 anos, creio que a melhor idade é mesmo perto dos 20 anos.
Assim, a mulher pode aproveitar melhor e por mais tempo seu novo contorno e sensualidade, na época em que a sexualidade é mais pungente. Vale lembrar que o corpo da mulher já está totalmente desenvolvido depois dos 16 anos, e sendo assim já poderia colocar a prótese. Porém, para isso, precisaria da autorização dos pais.
Qual a melhor prótese para mim?
Cada paciente possui um tipo de mama, um histórico e amamentação ou não, um tipo de pele e uma vontade e expectativa de forma e volume diferente. Também existem vários tipos e formatos de prótese (redonda ou anatômica, perfil alto, baixo ou moderado, etc). Logo, cada paciente terá uma indicação diferente da outra, se levados em conta todas as variáveis. Nem sempre a prótese da amiga é a melhor para você.
A prótese pode estourar?
Para romper a prótese seria necessário um trauma tão grande que o risco de vida seria maior do que o de romper a prótese (acidente automobilístico). Isso se deve à elasticidade e complacência do silicone, que tende a se deformar e absorver o impacto em vez de se romper. Porém, com o tempo a prótese vai se tornando mais frágil. É por esta razão que é recomendável a troca a cada dez anos. A cirurgia de troca costuma ser ainda mais rápida e simples do que a de colocação, podendo-se também usar a mesma incisão da primeira cirurgia, evitando assim novas cicatrizes.
Pode haver rejeição da prótese?
Não existe rejeição de prótese. A rejeição ocorre pela formação de anticorpos como resposta a um tecido não próprio (como por exemplo tem transplantes). Pelo silicone não levar à formação de anticorpos, não existe rejeição. O que pode ocorrer é a contratura capsular, chamada popularmente como “rejeição”. O organismo sempre produz uma cicatriz chamada de cápsula ao redor da prótese, para isolá-la. Esta cápsula pode retrair de tamanho, comprimindo a prótese, gerando a contratura capsular.
Existem 4 graus de contratura. A de 4º grau ocorre entre 3 a 5 % dos casos, a mama dói e deforma. O tratamento é a troca da prótese e do plano de colocação para abaixo do músculo. É rara de ocorrer, sendo mais freqüente se depois da cirurgia houver alguma complicação como infecção, hematoma, seroma ou em próteses muito antigas que não foram trocadas na época adequada.
Existe alteração da sensibilidade das mamas?
Durante a cirurgia é confeccionado um espaço para a colocação da prótese e com isso danificado alguns pequenos nervos. Semelhante a uma cesárea, há uma alteração geralmente transitória da sensibilidade, que costuma regredir e retornar com alguns meses. Quanto maior a prótese, maior costuma ser a alteração de sensibilidade, pois o espaço para a prótese é maior e a lesão dos nervos mais extensa.
Para finalizar, a mamoplastia de aumento é hoje uma cirurgia relativamente simples, segura e com alto índice de satisfação dos pacientes, o que a fez tão popular nos dias atuais.
Serviço:
Dr. Rogério de Fassio – Cirurgia Plástica
Endereços:
Tijuca
Rua Haddock Lobo, 369, sala 505.
Tel: (21) 2203-2811
Barra da Tijuca
Avenida das Américas, 500, bloco 4, sala 243.
Tel: (21) 2492-2656
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